Achei interessante e resolvi partilhar o que li no site Pragmatismo Político. Tratam-se de frases do ex-presidente do Uruguai, Pep Mujica, que nos fazem refletir sobre a realidade em que o mundo atual se encontra. Por isso, concordemos ou não com o líder uruguaio, é inegável que suas ideias são relevantes. Seu modo simples de viver e agir, em contraste - ou mesmo oposição - aos presidentes ou líderes da maioria dos países do mundo, fizeram de Mujica um ícone. Some-se isso a um governo que elevou a qualidade de vida da população uruguaia e diminuiu as desigualdades sociais e teremos de fato uma figura inesquecível não só para seu país, mas para todo o mundo. Vamos às frases marcantes - e até polêmicas:
“Eu não sou
pobre, eu sou sóbrio, de bagagem leve. Vivo com apenas o suficiente para que as
coisas não roubem minha liberdade.”
Muitas vezes
ele é chamado de o “presidente mais pobre do mundo”, mas José Mujica diz que
não é pobre, que o que faz é viver como a maioria dos uruguaios que governa.
Ele mora na mesma casa de campo há décadas, com sua mulher, Lucia Topolansky, e
sua cadela de três patas, Manuela. Mujica deixou o
governo com um índice de aprovação de 65%, de acordo com uma pesquisa recente
da empresa Equipos Mori.
“Não é
bonito legalizar a maconha, mas pior é dar pessoas ao narcotráfico. O único
vício saudável é o amor.”
Talvez uma das
leis que mais tenham dado fama internacional a Mujica foi a que colocou nas
mãos do Estado a regulação estatal da produção, venda, distribuição e consumo
de maconha, aprovada em dezembro de 2013. Foram
estabelecidos limites para cultivo e venda de maconha, bem como registros de
consumidores e clubes de fumadores. A regra tornou o Uruguai o primeiro país do
mundo com um regulamento tão abrangente.
“O
casamento gay é mais velho do que o mundo. Tivemos de Júlio César a Alexandre,
o Grande. Dizem que é moderno e é mais antigo do que todos nós. É uma realidade
objetiva. Existe. E não legalizar seria torturar as pessoas
desnecessariamente.”
Em agosto de
2013, entrou em vigor a lei do casamento igualitário, o que fez o Uruguai o
segundo país na América Latina, depois da Argentina, a reconhecer o casamento
entre pessoas do mesmo sexo.
"Legalizando e intervindo, é possível conseguir que muitas mulheres voltem
atrás em sua decisão, sobretudo aquelas de setores mais humildes ou que estão
sozinhas.”
Em 2012, o
Uruguai tornou-se, juntamente com Cuba, o único país latino-americano a
legalizar o aborto. À época, Mujica disse que a descriminalização poderia não
só evitar mortes em interrupções de gravidez feitas clandestinamente, mas
também poderia levar a uma redução no número de abortos. “Todo mundo é
contra o aborto. Mas se você dá apoio a uma mulher sozinha que precisa tomar
esta decisão, alguns pensam que muitas iriam desistir”, disse.
“O deus
mercado organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade.
Parece que nascemos só para consumir e consumir [...] E quando não
podemos, carregamos a frustração, a pobreza e a autoexclusão.”
Discurso na ONU, em crítica
ao capitalismo.
“A vida
escapa e se vai minuto a minuto e não podem ir ao supermercado comprar a vida.
Então lutem para vivê-la, para dar conteúdo a ela.”
Falando aos
jovens, criticou o fútil e defendeu que cada um deve ser autor do caminho de
sua própria vida, em discurso na Unasul.
“O homem
médio às vezes sonha com férias e liberdade. Sempre sonha em pagar as contas,
até que um dia o coração para e adeus.”
Ao comentar o
modo de vida ocidental, ressaltou ainda que pessoas vivem entre as financeiras
e o tédio rotineiro dos escritórios.
“Eu acho
que nós estamos sendo usados como ratinhos de laboratório. Por que a Phillip
Morris está prestando tanta atenção em um país tão pequeno? Eu tenho certeza
que eles vendem mais cigarros em qualquer bairro de Nova York do que no
Uruguai.”
José Mujica
herdou de seu antecessor - e sucessor- Tabaré Vázquez uma longa disputa com a
fabricante de cigarros Philip Morris International (PMI), que acusa o Uruguai
de prejudicar o livre comércio com medidas contra o tabaco. As
advertências contra o mal provocado pelo cigarro em 2009 chegaram a ocupar, por
lei, 80% dos pacotes -espaço maior que em qualquer outro país. E desapareceram
dos maços as palavras “light”, “mentolado” ou “ouro”, restando apenas a marca
do cigarro. A disputa será
solucionada pelo Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre
Investimentos, uma agência do Banco Mundial. O presidente
do Uruguai argumenta que a Phillip Morris tenta impedir as políticas
anti-tabagismo rigorosas do Uruguai como um aviso a outros países que cogitem
implementar medidas semelhantes.
“Tive que
aguentar 14 anos em cana […] Nas noites que me davam um colchão eu me sentia
confortável, aprendi que se você não pode ser feliz com poucas coisas você não
vai ser feliz com muitas coisas. A solidão da prisão me fez valorizar muitas
coisas.”
José Mujica
militou, quando jovem, no Partido Nacional (hoje um dos seus principais
opositores) e foi um dos fundadores, nos anos 60, do Movimento de Libertação
Nacional Tupamaros, uma guerrilha urbana de esquerda. Por isso,
passou 14 anos preso, parte do tempo em um calabouço, sem acesso a livros ou
contato humano. Ele conta que falava com animais para manter sua sanidade. Sem
dúvida, esses anos marcaram sua maneira de ver o mundo e também algumas das
suas políticas. Em 2014, o
país recebeu um grupo de seis prisioneiros da base americana de Guantánamo, em
Cuba, uma medida que foi criticada pela oposição e a qual se opõe a maioria dos
uruguaios.
“O que é
que chama a atenção mundial? Que vivo com pouco, em uma casa simples, que ando
em um carrinho velho, essas são as notícias? Então este mundo está louco,
porque o normal surpreende.”
Mujica
criticou a comoção por seu estilo de vida. Nos últimos
anos, centenas de meios de comunicação estrangeiros chegaram ao o país
sulamericano intrigados com a vida de Mujica. “Eu vivo como
vive a maior parte de meu povo, na política o normal teria que ser o meu modo
de vida”, acrescenta. “Vou à
Alemanha e me dão um Mercedes Benz para andar daqui até a esquina – que tem uma
porta que pesa três mil quilos- e 50 motos na frente e 50 atrás. Não concordo
com isso”, diz ele.
“Sim, eu
estou cansado, mas isso não para até o dia em que me coloquem em um caixão ou
quando eu for um velho esquecido.”
Mujica
reconhece que os cinco anos no cargo o deixaram exausto, mas não pretende se
aposentar. “Eu não vou ser um velho aposentado que vai para um canto escrever
suas memórias. Eu não vou escrever nada, não tenho tempo, tenho coisas para
fazer”. O presidente
planeja abrir uma escola de negócios agrícolas em um galpão atrás de sua casa.
“Sou do
Sul e carrego milhões de pessoas pobres na América Latina.”
Em um dos
discursos mais celebrados já feitos na ONU, falou em nome das “culturas
originárias esmagadas, do bloqueio inútil a Cuba” e disse carregar “a dívida
social e a necessidade de defender a Amazônia, os rios e de lutar por pátria
para todos”.
“O México
é um Estado falido onde a vida humana vale menos que a de um cachorro. A
situação lá é pior do que em uma ditadura.”
A respeito do
desaparecimento dos 43 estudantes mexicanos. Declaração causou mal-estar entre
os governos.
“Arrasamos
as selvas e implantamos selvas de cimento."
Para Mujica, hoje pensamos que somos felizes, mas “enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios e estamos deixando de ser humanos”.
Para Mujica, hoje pensamos que somos felizes, mas “enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios e estamos deixando de ser humanos”.
“Para mim
é um emprego qualquer. Tomo banho e vou trabalhar.”
Sobre como
encara o cargo de presidente.
“Nós
políticos temos que viver como vive a maioria e não como vive a minoria.”
Em reflexão
sobre o exercício da política.
“Gastar
tempo para cuidar de dinheiro e muito mais tempo da minha vida para ver se
estou perdendo ou ganhando? Não, isso não é vida.”
Mujica ao ser
questionado se após deixar a Presidência ele tentaria acumular dinheiro ou
fazer fortuna.
“A Fifa
são um bando de velhos filhos da puta […] Poderiam ter punido, mas não com
sanções fascistas.”
Declaração de
Mujica após o polêmico incidente envolvendo o jogador uruguaio Luis Suárez
durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
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